Como deve ser feito o descarte de lixo hospitalar em uma pandemia?

Categoria: Gerenciamento de Resíduos | Publicado em 06 deAbril de 2020

O COVID-19 é uma doença que provoca infecções no trato respiratório. Em 80% dos casos, provoca um problema leve. A taxa mais elevada de mortalidade acontece entre idosos com mais de 80 anos e pessoas que já têm outras doenças. Seja como for, a regra é se prevenir e procurar formas de minimizar ao máximo as possibilidades de contágio.

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), que representa a Associação de Resíduos Sólidos no Brasil, desenvolveu um documento sobre práticas adequadas para gerenciar os resíduos sólidos durante as emergências sanitárias resultantes da pandemia.

De acordo com a entidade, ocorrerá um aumento relevante na produção de resíduos hospitalares nas unidades que prestam atendimento de saúde. Um aumento de 10 a 20 vezes! Por esse motivo, vamos mostrar como deve ser feito o descarte de lixo hospitalar, da maneira correta, em uma pandemia.

A gestão de resíduos contaminados ou com suspeita de contaminação


De acordo com o informativo “Recomendações para a gestão de resíduos sólidos durante a pandemia de coronavírus (covid-19)” da ABRELPE, o gerenciamento dos resíduos sólidos contaminados ou com suspeita de contaminação pelo vírus gerados nas unidades de atendimento à saúde ou em lugares com elevada concentração de pessoas contaminadas (navios, hotéis, aeroportos) deve respeitar a regulamentação que se aplica aos resíduos infectantes do Grupo A1, de acordo com as Resoluções CONAMA nº 358/2005 e ANVISA RDC nº 222/2018.

Esses resíduos exigem uma gestão diferenciada dos demais resíduos e um tratamento prévio ao seu descarte final.  Os resíduos infectantes do Grupo A1 envolvem quatro subgrupos com uma ampla gama de componentes, como microrganismos e bolsas de sangue, incluindo o vírus causador do COVID-19.

Os procedimentos antes do descarte de lixo hospitalar


Os resíduos devem ser colocados em sacos vermelhos que precisam de substituição quando alcançarem 2/3 de sua capacidade ou, ao menos, uma vez a cada 48 horas. Os sacos devem conter identificação, mostrando qual a substância infectante armazenada, em rótulos de fundo branco com letras escuras.

Esses sacos devem ser resistentes à ruptura, ao vazamento, ao tombamento e apresentarem tampa com sistema de abertura para evitar o contato manual. Eles devem ser coletados e transportados por profissionais especializados em RSS (Resíduos de Serviços de Saúde). As empresas responsáveis devem submeter os materiais a processos de tratamento que sejam licenciados, antes do descarte de lixo hospitalar.

Os cuidados necessários com a destinação final do lixo hospitalar


Os equipamentos de autoclavagem usados para o tratamento dos serviços de saúde asseguram a inativação completa dos microrganismos existentes nos resíduos através de uma rápida e homogênea elevação na temperatura da câmara. O processo ideal de descarte de lixo hospitalar é a incineração.

O material destinado à incineração envolve os resíduos com alto risco de contaminação biológica e risco patológico. Uma boa empresa pode, portanto, efetivar um alto controle das infecções hospitalares através de um conjunto de ações destinadas à prevenção. Isso certamente ajudará a diminuir os riscos de mortalidade e morbidade dos pacientes e dos clientes e na diminuição dos gastos do hospital.

O tratamento e o descarte de efluentes hospitalares


Os resíduos hospitalares são formados não apenas de sólidos. Os efluentes hospitalares apresentam um grande risco de contaminação ao meio ambiente e à saúde dos seres vivos, podem contaminar o solo, o lençol freático e as águas de superfícies. Os resíduos líquidos hospitalares contêm uma quantidade grande de microrganismos e envolvem:

  •         Os produtos de farmácia;

  •         As substâncias químicas;

  •         Os desinfetantes e os reagentes;

  •         O sangue;

  •         As fezes e a urina;

  •         Os líquidos serosos.


O equipamento usado para tratá-los deve garantir a redução da carga microbiana conforme o nível III de inativação microbiana. Os estabelecimentos de saúde não conseguem ainda comprovar a inativação microbiana e alguns ainda efetuam o descarte de forma irregular.

O descarte de lixo hospitalar precisa ser efetivado de maneira regular por uma empresa especializada, principalmente considerando o cenário atual, em que a pandemia precisa ser contida.

O que achou de nosso post? Gostaria de receber informações úteis para seu trabalho e mesmo vida pessoal? Basta assinar a nossa newsletter: você faz isso em apenas alguns segundos!
Tags:  ,resíduos,descarte,lixo,saúde,sólidos,devem,hospitalares,ou,tratamento